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Mestranda em Desenvolvimento Local trabalha em projeto de Tecnologias Sociais

Fundadora da ONG Anjos da Tia Stellinha, a aluna tem como objetivo trabalhar sua pesquisa em cima do Ecofeminismo para o Empreendedorismo.

  • Histórias de Sucesso

08/06/2022 por Carolina Grimiao

Tempo de Leitura: 4 minutos

Um caso de amor ao próximo. “Sou uma mulher, preta, mãe de 5 filhos, feita de oportunidades, e por isso, acredito que tenha tanta vontade de devolver isso para o mundo”. Assim, Stella Maris Monteiro Moraes, de 37 anos, conta a sua história. A aluna Mestranda em Desenvolvimento Local na UNISUAM tem uma vida inteira dedicada a olhar o outro e proporcionar caminhos para quem precisa.

 

Assistente Social de formação, Stella tem três especializações: Gestão de Políticas Públicas para a Família, Infância e Juventude; Elaboração e Gestão de Projetos Sociais; e em Direitos Humanos, Cidadania Global e Responsabilidade Social: “Todas as minhas formações são oriundas de bolsas de estudo, oferecidas por pessoas que admiram e acreditam no meu trabalho”, frisa a mestranda.

 

Trabalho este que começou lá atrás, quando ainda jovem viu a desigualdade social e o preconceito de perto: “Durante muitos anos isso me atravessou de forma ruim e amarga, me achava feia e diferente. Eu era adolescente quando explodiu no Rio a febre dos bailes funks de favela e comecei a frequentar. Foi lá que eu descobri os meus iguais. Na favela eu era linda, inteligente, todos queriam estar comigo”, explica.

 

Foi observando a realidade local que, aos 18 anos, começou a realizar ações voluntárias em casa de acolhimento para crianças e adolescentes, depois em creches, comunidades, hospitais, espaços prisionais do sistema socioeducativo, entre outros lugares: “Em alguns anos, meu nome já era ligado ao social, as pessoas me procuravam para doar roupas e alimentos. Todos os meus filhos foram nascidos e criados no meio de festas e visitas sociais”, relembra.

 

As doações que recebia aumentaram tanto que ela precisou de um espaço para guardá-las. Além das cestas básicas fornecidas, profissionais de várias áreas também a procuravam para ajudar no atendimento às famílias. Foi dessa forma que nasceu a ONG Anjos da Tia Stellinha, que começou com dez famílias e hoje alcança 4.000 atendimentos mensais.  

 

 

Mestrado como um meio para a concretização de projetos

 

 

O Mestrado foi uma busca. Stella procurava um caminho para desenvolver uma metodologia que pudesse diminuir as demandas sociais das pessoas que passam por questões de gênero, raça e classe. E viu na UNISUAM um lugar que atendesse as suas perspectivas: “Paguei a primeira parcela, mas não consegui pagar as outras, pois a minha despesa é muito alta com meus cinco filhos e a ONG não pode me pagar o que o mercado paga para uma diretora executiva”, conta.

 

“Porém, em um café da manhã com Edu Lyra, presidente do Instituto Gerando Falcões, falei pra ele sobre o meu sonho do Mestrado, e ele solicitou ajuda ao Arapuan (reitor da UNISUAM), que prontamente não só me concedeu uma bolsa integral, mas também abonou o meu débito com a Instituição”.

 

Com o Mestrado em Desenvolvimento Local iniciado e tantas inspirações em mente, Stella iniciou o seu projeto, que é orientado pelo Professor Eduardo Winter e tem como objetivo desenvolver uma tecnologia social que consiga atingir toda e qualquer especificidade de contexto social de mulheres em situação de vulnerabilidade social, que define como “Ecofeminismo para o Empreendedorismo”. Ela conta que a sua metodologia de Empoderamento Feminino nomeada “Mãe e Muito +” partiu de uma observação em cima de muitas vivências:

 

“Conheci diversos lugares específicos do Brasil em situação de pobreza extrema, mas que mesmo assim, as mulheres, pela sua resiliência, conseguiam tirar seu sustento e empreender através do que o próprio ecossistema e natureza oferecem. Além disso, conseguem preservar, pois sabem que se não pensam na sustentabilidade, sua e a subsistência dos seus está fadada. Logo, quero criar uma tecnologia social que trabalhe as potências da resiliência da mulher, inserida no contexto de pobreza e preservação do ambiente, para a subsistência, mas também para o empreendedorismo”, explica.

 

 

Com uma atividade tão intensa na representação e apoio às minorias, a fundadora da ONG Anjos da Tia Stellinha e criadora de Tecnologias Sociais vê nas pessoas uma inspiração diária e apaixonada para suas atividades e propósito de vida.

 

“Eu nunca conheci gente tão inteligente, como mulheres, mães, pretas e pobres. Elas inventam alimentos com o que não é para sobreviver. Elas inventam temperos, remédios, instrumentos musicais, peças de artesanato, penteados e perfumes de forma autodidata para sobreviver e potencializar os seus. Gosto de estar em território, diagnosticar, ouvir, sentir o cheiro, as cores do lugar no qual vou trabalhar. Quero unir a ciência ao empírico, a escuta, ao conhecimento de base e, através das soluções, escalar territórios semelhantes e encurtar a curva do conhecimento.”

 

 

Para além do Mestrado…

 

Os próximos passos são grandiosos. Além de desenvolver a tecnologia social a que se propõe, oportunizando ferramentas para que mulheres pobres, de comunidades, que são chefes de família possam alcançar melhor qualidade de vida, e consequentemente, maior autonomia e menor desigualdade de gênero nos territórios, há um segundo momento de grande importância:

 

“Meu próximo passo é ser ouvida! Ter lugar de fala em espaços de tomada de decisão, falando nacionalmente e internacionalmente, e por isso também invisto no meu inglês há mais de dois anos. Quero trazer soluções para a desigualdade de gênero vindas de quem vivenciou o problema. Quero ser a voz delas! Não quero ouvir outros falando por nós.. Se eu tive a oportunidade de chegar até aqui, então nós possamos decidir, mostrando o que dá certo e o que não dá. Eu sempre soube que só seria ouvida com prêmios, formações e títulos.”

 

 

Saiba mais sobre o Mestrado e o Doutorado em Desenvolvimento Local da UNISUAM e esteja pronto para as oportunidades!

 

Por Carolina Grimiao

Analista de Comunicação do Blog UNISUAM. Jornalista, Historiadora e Psicopedagoga. Mestranda em Comunicação pelo Programa de Pós-Graduação em Mídia e Cotidiano da UFF. Apaixonada por Educação e Cultura Popular.

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